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Diretores e Agentes Penais de Varginha são presos em Operação

Na manhã desta segunda-feira, dia 14 de março, O Ministério Público deflagrou a Operação Penitência. A ação visa combater esquema de corrupção no presídio de Varginha.


Segundo o Mistério Público, as investigações apontaram que diretores do presídio, policiais penais, advogados e intermediários participavam da organização criminosa, que praticava corrupção passiva, receptação e embaraço às investigações.

A Operação foi realizada pelo Gaeco, Grupos de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado, em conjunto com a Promotoria de Justiça, o Departamento Penitenciário de Minas Gerais, a Polícia Militar e a Polícia Civil. Foram cumpridos 12 mandados de busca e apreensão, cinco mandados de prisão preventiva e um de prisão temporária contra os investigados.

Presos na investigação:

Welton Donizete Benedito - Diretor do presídio
Rodolfo Correa Bandeira - Diretor-adjunto
Edson Eleuterio Rosário - Coordenador do presídio
Rodrigo Alexander de Oliveira Rosa - Policial penal
Fábio Gama Leite - Advogado
Celso José Mira - Empresário

Além dos quatro servidores, um advogado e um empresário também foram presos.

Segundo informações das investigações, policiais penais cobravam propinas dos presos para os mais diversos fins, dentre eles transferências ou permanência na unidade local para quem está no regime semiaberto, obtenção de trabalho externo ou interno e outros confortos. Advogados e particulares seriam os intermediários das propinas.

"Foi verificado que mediante pagamento de propina, os indivíduos privados de liberdade conseguiam transferências para o presídio de Varginha, conseguiam permanência no presídio de Varginha, conseguiam lograr trabalho externo ou interno, bem como outros benefícios dentro do sistema prisional. Se apurou também que alguns advogados, até aqui neste momento um advogado segundo apurado, fazia a intermediação dessa propina, assim também como um empresário, era responsável por fazer o elo entre os policiais penais e essas pessoas que estavam fazendo os pagamentos dessas vantagens", explicou o coordenador do Gaeco, promotor Igor Serrano.

O promotor informou que as investigações apontaram que os valores cobrados pelos servidores dos internos chegavam a R$ 15 mil.

Ainda conforme o promotor, foi pedida a prisão preventiva dos envolvidos, já que eles estavam tentando atrapalhar as investigações, destruindo provas e apagando mensagens de celular.

O Ministério Público informou que as investigações continuam. Ainda de acordo com o MP, foi oferecida denúncia contra seis pessoas pela prática de 11 crimes. Uma outra denúncia já havia sido feita contra duas pessoas pela prática de seis crimes.

A Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública de Minas Gerais (Sejusp-MG) confirmou a prisão de dois diretores e dois policiais penais do presídio de Varginha.

O Departamento Penitenciário de Minas Gerais informou que acompanha as investigações e presta assistência ao Ministério Público.

A Sejusp, em nota, disse que não compactua com quaisquer desvios de conduta dos seus servidores e que apura os atos que não condizem com a prática funcional de seus agentes, guardando sempre o direito à ampla defesa e ao contraditório.
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