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Incêndio destrói Igreja em Diamantina- MG





Fogo destrói igreja centenária na tarde desta sexta-feira, 04/10, em Diamantina, município patrimônio cultural da humanidade. Consumida rapidamente pelas chamas, da Igreja de Santa Rita de Cássia, no distrito de Sopa, sobraram somente as paredes. O templo, tombado pelo patrimônio do município no Vale do Jequitinhonha, havia sido restaurado em 2015. Não houve vítimas e a igreja estava fechada na hora do incêndio.


As causas e circunstâncias do fogo, que estão sendo investigado pela Polícia Civil, ainda são desconhecidas. Uma testemunha ouvida pelo Estado de Minas, que se identificou apenas como Antônio, contou que ouviu explosões de fogos na hora do incêndio e que o material estava sendo guardado para um casamento que aconteceria neste sábado. Em vídeo que circula nas redes sociais, é possível ouvir disparos semelhantes a fogos de artifício dentro da construção.

O Corpo de Bombeiros não confirma a informação, mas não descarta a hipótese. A perícia da Polícia Civil foi para o local na hora do incêndio e retornam no sábado para continuar a investigação. “Não temos informação sobre isso (fogos de artifício). Vamos esperar a conclusão dos trabalhos da perícia técnica sobre o incêndio”, afirma a secretária municipal de Cultura e Turismo de Diamantina, Márcia Betania Oliveira Horta.


As chamas começaram por volta das 15h30 e consumiram a torre, telhado e todo o interior da igreja. Restaram apenas as paredes do bem tombado pelo patrimônio histórico municipal de Diamantina. A construção tem sua época de origem desconhecida, mas provavelmente datando da primeira década do século 19. Considerada patrimônio municipal, ela foi restaurada em 2015.

Em 2011, o Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG) reconheceu o local como bem de revelância histórica. Em nota, o Iepha-MG se solidarizou pelo incêndio e ofereceu apoio técnico para a recuperação do bem cultural. O templo se destaca como o principal monumento arquitetônico do distrito de Sopa, que, de acordo com Censo de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), tem 540 habitantes e 277 residências.

A localidade está a 16 quilômetros da sede do município. Com uma torre única frontal, a capela tinha altar-mor todo em madeira. Documento sobre monumentos históricos e artísticos do Circuito do Diamante descreve a construção: “A fachada, de composição bastante harmoniosa, faz ressaltar a presença da torre central e única, com suas janelas sineiras em gelosia e a cobertura tradicional em telhadinho de quatro águas”.

Combate às chamas

Uma equipe de nove militares em três viaturas combateu as chamas e contou com apoio de um caminhão-pipa da Copasa. Equipe da Secretaria Municipal de Cultura e Patrimônio Histórico também se deslocou para o vilarejo, junto com Polícia Militar (PM), Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional e Defesa Civil Municipal.

“Ficamos muito tristes, pois, exatamente no momento que a política de proteção do patrimônio histórico passa por muitas dificuldades, ocorre um sinistro que destrói uma igreja histórica”, afirmou Márcia Betania Oliveira Horta.

Segundo ela, a falta de recursos para a preservação é o “calcanhar de Aquiles” da política de proteção do patrimônio históricos no país. Ela salientou que a área enfrenta a falta de recursos, o corte de pessoal e outros problemas.

Na semana, houve uma troca na Superintendência do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em Minas Gerais, da qual foi exonerada Célia Corsino, com mais de 30 anos na área, sendo nomeado para o lugar dela Jeyson Dias Cabral da Silva, formado em jornalismo e ex-assessor de um vereador em Juiz de Fora. A mudança causou indignação, com protestos dos prefeitos das cidades históricos e profissionais que atuam na área.

A Arquidiocese de Diamantina se limitou a comunicar em nota, “grande pesar” pelo incêndio na Igreja Santa Rita de Cássia, Comunidade de Sopa, distrito de Diamantina. “Assim que o fogo começou a equipe do corpo de bombeiros foi acionada. Aguarda-se mais informações das autoridades competentes sobre a abrangência e as causas de tal fatalidade”, informou.
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